Monday, June 30, 2008

O melro e o mocho

Prefiro Charlot a Chopin, porque aquele é melro e este é mocho.

Diogo de Macedo, 1927

A Fuga


ter na cabeça pincéis em vez de cabelos

Mário Eloy (1900-1951)

Friday, June 27, 2008

Super Pop Limão Preview II


Sebastien Tellier - Divine
Found at skreemr.com

Wednesday, June 25, 2008

Fora de Sena

Os anos passam; mas, dessa passagem,
a permanente essência em nós se cumpre,
que para testemunho só nascemos.

Mas de que falas tu? De ti? Do mundo?
Ou do intervalo em que te aceitas outro,
precisamente quando mais te julgam tu?

Jorge de Sena, Peregrinatio ad Loca Infecta

A MEIO DO CAMINHO

Fico entre o céu e a terra.
Choro só para dentro.
Sou como a árvore nua
que ao alto os ramos indica:
ergue as asas, mas não voa,
tem raízes, mas não desce.

Alberto de Lacerda

PhiloSophia

As imagens transbordam fugitivas
E estamos nus em frente às coisas vivas.
Que presença jamais pode cumprir
O impulso que há em nós, interminável,
De tudo ser e em cada flor florir?

Sophia de Melo Breyner Andresen, Dia do Mar

Gosto de ouvir o português do Brasil
Onde as palavras recuperam sua substância total
Concretas como frutos nítidas como pássaros


Sophia de Melo Breyner Andresen, Geografia

Venus was her name...

THE PICTURE

The eyes of this dead lady speak to me,
For here was love, was not to be drowned out.
And here desire, not to be kissed away.
The eyes of this dead lady speak to me.

Ezra Pound, Ripostes, 1912

Super Pop Limão Preview

Quand dire, c'est faire no Teatro São Luiz

How to Do Things With Words é um conjunto de conferências proferidas pelo inglês John Austin em Harvard e depois reunidas em volume (1951). Austin foi um filósofo da linguagem, próximo em alguns aspectos do pensamento de Wittgenstein, cujo trabalho demonstrou que muitos problemas filosóficos são fundamentalmente problemas de linguagem e que a linguagem deve ser compreendida no seu uso quotidiano. Para Austin, as palavras não são meramente declarativas; se algumas dizem coisas, outras são performativas, ou seja, fazem coisas. Tudo depende de códigos, contextos, circunstâncias.

Deus disse: faça-se luz. E a luz fez-se.

Como Fazer Coisas com as Palavras consiste numa selecção de excertos significativos dos textos de Austin, respeitados no seu sentido analítico mas adaptados para efeito de legibilidade dramatúrgica. O conceito do espectáculo consiste na aproximação entre a conferência e a comédia verbal.

Ricardo Araújo Pereira interpreta o Conferencista. O Conferencista está sozinho em palco durante aproximadamente 70 minutos, apenas com um palanque e alguns objectos úteis, coadjuvado nos seus exemplos por dois figurantes. Como Fazer Coisas com Palavras é uma aula de filosofia dada através de recursos cómicos”.

Texto J. L. Austin
Dramaturgia - Ricardo Araújo Pereira e Pedro Mexia
Direcção de Actores - Dinarte Branco
Cenografia e figurinos - António Jorge Gonçalves
Música original - Armando Teixeira
Desenho de Luz - Thomas Walgrave
Interpretação - Ricardo Araújo Pereira
Co-produção - SLTM ~ Produções Fictícias

De 27 de Junho a 5 de Julho - Terça a sábado, às 22h00
Sessão com interpretação em língua gestual portuguesa - 28 de Junho, sábado, às 22h00

SALA PRINCIPAL - Tel. 213 257 650
M/16

Site - Teatro São Luiz

Friday, June 20, 2008

Palavras aladas

Este sono tão doce de me alongar no chão
para ouvir bater as asas das palavras nas raízes!

José Gomes Ferreira

Julio, Vítor

Julio, 1938


É de nós que nasce agora
a madrugada.

(Nunca teremos tudo
e já não precisamos
de mais nada)

Vítor Matos e Sá, Companhia Violenta

Thursday, June 19, 2008

Chico, 64

Elogio dos Títulos

O Grito Claro

Sobre o Rosto da Terra

Respirar a Sombra

Boca Incompleta

O Incêndio dos Aspectos

O Incerto Exacto

No Calcanhar do Vento

António Ramos Rosa

Wednesday, June 18, 2008

L'Anniversaire

Marc Chagall, L'Anniversaire


La courbe de tes yeux fait le tour de mon coeur,
Un rond de danse et de douceur,
Auréole du temps, berceau nocturne et sûr,
Et si je ne sais plus tout ce que j'ai vécu
C'est que tes yeux ne m'ont pas toujours vu.

Feuilles de jour et mousse de rosée,
Roseaux du vent, sourires parfumés,
Ailes couvrant le monde de lumière,
Bateaux chargés du ciel et de la mer,
Chasseurs des bruits et sources des couleurs,

Parfums éclos d'une couvée d'aurores
Qui gît toujours sur la paille des astres,
Comme le jour dépend de l'innocence
Le monde entier dépend de tes yeux purs
Et tout mon sang coule dans leurs regards.

Paul Éluard

31 Stereosound goes 44

I'm sure you will agree
It couldn't fit more perfectly
Than to have a world party
on the day you came to be...


Friday, June 13, 2008

The Truly Great

I think continually of those who were truly great.
Who, from the womb, remembered the soul's history
Through corridors of light where the hours are suns
Endless and singing. Whose lovely ambition
Was that their lips, still touched with fire,
Should tell of the Spirit clothed from head to foot in song.
And who hoarded from the Spring branches
The desires falling across their bodies like blossoms.

What is precious is never to forget
The essential delight of the blood drawn from ageless springs
Breaking through rocks in worlds before our earth.
Never to deny its pleasure in the morning simple light
Nor its grave evening demand for love.
Never to allow gradually the traffic to smother
With noise and fog the flowering of the spirit.

Near the snow, near the sun, in the highest fields
See how these names are fŠted by the waving grass
And by the streamers of white cloud
And whispers of wind in the listening sky.
The names of those who in their lives fought for life
Who wore at their hearts the fire's center.
Born of the sun they traveled a short while towards the sun,
And left the vivid air signed with their honor.

Stephen Spender
remembering N.M.

Sunday, June 8, 2008

we must be kind with each other while we still have time

Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light.

Dylan Thomas
Para Nuno Morais (31.12.1973-08.06.2008)


Thursday, June 5, 2008

Night Time Stories Tonight @ Trintaeum

Playing #

Also playing #


Wednesday, June 4, 2008

A minha Musa antes de ser
a minha Musa avisou-me
cantaste sem saber
que cantar custa uma língua
agora vou-te cortar a língua
para aprenderes a cantar
a minha Musa é cruel
mas eu não conheço outra.

Adília Lopes