Thursday, July 31, 2008

Friday, July 25, 2008

And so it is...

SEXTA 25 JULHO
ENCERRAMENTO DO TRINTAEUM

LINE UP

Carlos Coelho
Joana Matos Frias
Maria Gambina
Rui Torrinha
Pedro Tenreiro
Gonçalo Costa
António Alves
Tiago Dias


SPECIAL GUEST: Rui Trintaeum


Remembering...

RESIDÊNCIAS

31STEREOSOUND RUI TRINTAEUM
DANCIN’DAYS PEDRO TENREIRO
ARE YOU RE-EDIT? SOCIAL DISCO CLUB
BAUNILHA & CHOCOLATE RUI VARGAS
SLOW MOTION CARLOS COELHO
NIGHT TIME STORIES JOANA MATOS FRIAS


PROJECTOS ESPECIAIS

CARNAVAL RETROKITSCH JOANA MATOS FRIAS
FESTA DAS FLORES JOANA MATOS FRIAS
SUPER POP LIMÃO JOANA MATOS FRIAS
GROOVELICIOUS MARIANA CAMPO



CONVIDADOS NACIONAIS

OS SETE MAGNÍFICOS
RUI MAIA (X-WIFE)
JOHNWAYNES (COMPOST)
KA§PAR (GROOVEMENT)
MARIA GAMBINA
JOÃO MARIA
PIÑACOLADA
PAULO COSTA
DJ MAHARSHI
LAMPREIA
MAIN WEEL
REI LEAR
NEONLOGIC
DISKOTEK
PAULO MENÉRES



CONVIDADOS INTERNACIONAIS

KENNY DIXON JR. aka MOODYMANN (DETROIT - USA)
SILVESTRE (MANCHESTER - UK)
TOM WIELAND (7 SAMURAI, PANOPTIKUM, VIENA - ÁUSTRIA)
RUB-N-TUG (NYC - USA)
BARNA SOUND MACHINE (OSCID MUSIC, BARCELONA)
KARL INJEX (RUDE MOVEMENTS, NYC -USA)
RAINER TRUBY (TRUBY TRIO, COMPOST, ALEMANHA)
DANIEL BECKER (TRICKSKY, SONAR KOLLEKTIV, BERLIM)
MORGAN GEIST (METRO AREA, ENVIRON, NYC - USA)
MARCUS WORGULL (INNERVISIONS, ALEMANHA)
MATT DIDEMUS (JUNIOR BOYS, CANADÁ)

Tuesday, July 22, 2008

Elogio da Loucura

como bem se sabe, só há uma coisa mais louca do que a poesia e essa coisa é, precisamente, a crítica de poesia

Ruy Belo dixit

Fresquinho, fresquinho...

I still prefer Cat and Mouse (The Tremmuh EP [TRUEP089] listen to it), but...

Hint feat. Laura Vane, Keep Your Shirt On
(Driven from Distraction, Tru Thoughts, 07/2008)

Gosto deste verso. Porque gosto.

O vento parado nas vidraças

Edmundo de Bettencourt

Intelectualmente — e portanto artisticamente — falando (a arte não é mais do que uma manifestação distraída da inteligência), a sensibilidade é o inimigo. Não o inimigo que se nos opõe, como na guerra, mas o inimigo a quem nos opomos, como no amor. Há q vencer, pois, não por esmagamento, senão por sedução ou domínio. Chamar a sensibilidade para dentro da casa da inteligência; ou fazer a inteligência montar casa externa à sensibilidade.
Fernando Pessoa, Carta a Miguel Torga

Monday, July 21, 2008

A felicidade sentava se todos os dias ao peitoril da janela.

Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.

E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu próprio nome.

Jorge de Sena

Friday, July 18, 2008

à luz do luar podemos

ver respirar o arvoredo

Edmundo de Bettencourt

Hold the tiger: Thinking about dinner


The Tiger

Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?

And what shoulder and what art
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand and what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? What dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears,
And water'd heaven with their tears,
Did He smile His work to see?
Did He who made the lamb make thee?

Tiger, tiger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?

William Blake

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que estereliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

Carlos Drummond de Andrade

...and will also be playing...



Marvin Gaye, Sexual Healing (Red Astaire Remix)
OBS.: Red Astaire IS Freddie Cruger

...and will be playing....

Thursday, July 17, 2008

I'm coming...


www.whostolethesoul.blogspot.com/
www.myspace.com/jotaemeefe

whostolethesoul.blogspot.com/2008/07/temperamental-soul-convida.html

Friday, July 11, 2008

A & B

António Ferro, A Idade do Jazz-Band, 1924
Capa de Bernardo Marques

António Ferro, Hollywood, Capital das Imagens, 1931
Capa de Bernardo Marques

Beja II

SOROR MARIANA — BEJA

Cortaram os trigos. Agora
A minha solidão vê-se melhor

Sophia de Mello Breyner Andresen

Beja I

Escrito Num Livro Abandonado em Viagem

Venho dos lados de Beja.
Vou para o meio de Lisboa.
Não trago nada e não acharei nada.
Tenho o cansaço antecipado do que não acharei,
E a saudade que sinto não é nem no passado nem no futuro.
Deixo escrita neste livro a imagem do meu desígnio morto:
Fui, como ervas, e não me arrancaram.

Álvaro de Campos

Thursday, July 10, 2008

Wednesday, July 9, 2008

Cai a tarde ao chão

René Magritte
Le Soir qui Tombe

Monday, July 7, 2008

Listening to...

se de uma ave morta
só o voo
passasse à minha porta

Saúl Dias

PÓ VOA

Ferdinando Scianna
Marrakesh


Porque ensaia o vento
constantemente

acrobacias de poeira...?

Saúl Dias

Thursday, July 3, 2008

Listening to...

Summertime
MFSB
standing for
Mother, Father, Sister, Brother


Julio, Luísa

Julio
Aguarela da série Poeta
1975

É difícil acreditar em tanta frescura! Os azuis mais puros dos céus de verão, quando erguidos e lavados pela nortada, azuis-marinhos ou amassados com roxos da cor das esporas dos jardins antigos. Os rosas das rosas recém-abertas e os rubores doridos, do entardecer. O amarelo festivo e solar das dálias, tratadas com amor. Vermelhos-sangue ou da carnação, quente, das zínias. Verdes vegetais de olhos claros ou seivosos e sombrios como o das begónias. Castanhos de terra, crestada ou barrenta, da que gostamos de esfarelar entre os dedos. Cores estas laivadas a lilás, como páscoas floridas ou sublinhadas pelo véu dos sonhos nocturnos. Incorporam ainda os brancos, asa de gaivota ou da espuma batida a espedaçar-se, os brancos do papel intocado, como os desenhos das crianças que aproveitam a cal das paredes. São assim as aguarelas do Julio. Frescura das manhãs adolescentes. Transparência-água de um olhar interior.
Não representam a realidade. Nem sequer o puro sonho. Perseguem o símbolo e a essência das coisas, como a poesia.

Luísa Dacosta
Vila do Conde, Agosto de 1979

Hotter than July


Lately
Hotter than July
1980

Bom como o pão

Peter Marlow
Borough Market
Londres 2006

Se ao menos a gente pudesse viver com as coisas mais simples em vez de recordar as complicadas. Voltar à pobreza do elementar: luz, água, pedra. O avô de alguém que me é querido dizia de uma pessoa boa É bom como o pão e ao lado disto que maior elogio se pode fazer? A nossa língua torna-se maravilhosa com palavras como estas É bom como o pão e lembro-me das mulheres que beijavam o pão duro antes de o deitar fora, da minha avó que se horrorizava ao ver um pão ao contrário: punha-o logo direito a pedir desculpa em silêncio, movendo a boca. Sempre me senti bem nas padarias: o cheiro, o lume, os padeiros enfarinhados que eu achava, acho ainda, serem anjos que se transviaram, de braços cobertos por uma poeira celeste. Tudo neles era branco até as sobrancelhas, as pestanas. O olhar branco também. Os gestos. Não olhos cegos, olhos brancos. E eu à porta a espantar-me. O eco das vozes nos tijolos, dos passos, da lenha no forno. Bom como o pão: ora toma, António. Aprende a escrever à maneira.

António Lobo Antunes

Wednesday, July 2, 2008

Há coisas fantásticas, não há?






Pierre Bonnard
(1867-1947)