O conceito de cronofotografia já por si é fascinante, pois faz deflagrar o movimento no núcleo de uma arte fundada no princípio elementar da imobilização. Mas dentro do âmbito da cronofotografia - base da imagem-movimento que constitui o cinema -, não há invento que supere a espingarda fotográfica de Étienne-Jules Marey. O que não surpreende se pensarmos que antes de se dedicar ao estudo do movimento das imagens, Marey começou por observar o movimento do sangue nos corpos. Menos surpreendente ainda quando sabemos que a espingarda fotográfica foi concebida por Marey na tranquila cidade de Nápoles :). Parece não haver lugar no mundo mais indicado para esta invenção. Marey sim, o mais genuíno caçador de imagens...
Cf., muito a propósito, Michelangelo Antonioni e o seu Blow Up ou, para o entendimento literal do mecanismo, Peeping Tom, de Michael Powell.
NÃO PERDER: exposição da espingarda fotográfica e afins, com direito a lanterna mágica e tudo, na Cinemateca Nacional, no âmbito da inauguração da Cinemateca Júnior. Programa especialmente vocacionado para quem vive do outro lado da Avenida da Liberdade...
Susan Sontag dixit
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