Wednesday, May 28, 2008
Tuesday, May 27, 2008
As palavras não fazem o homem compreender,
é preciso fazer-se homem para entender as palavras.
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Ed Mundo
E a pobre realidade
era uma cinza…: já nada me recordava
se, de entre ela, uma faúlha
não me queimasse os sentidos.
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Wednesday, May 21, 2008
My Blueberry Nights is Cat Power
Cat Power - The Greatest | ||
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Tonight my baby wears a Pollar
Haroldo de Campos
What's in a title? That which we call a garden
By any other title would sound as sweet:
Love Songs of the Hanging Gardens, 2005
I Need You To Hold On While The Sky Is Falling, 2008
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Tuesday, May 20, 2008
A poesia, como toda a arte verdadeira,
é realista mesmo sem querer.
Óscar Lopes
Seen by Joana Blu at 8:29 AM 0 glimpses
Wednesday, May 14, 2008
Let me introduce you to...
Baby Charles - I Bet You Look Good On The Dancefloor (Arctic Monkeys c | ||
Found at skreemr.com |
www.babycharles.co.uk
www.myspace.com/babycharlesband
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Anamorfose de Arcimboldo
O poeta entra na frutaria pelo verso dentro,
dispõe diversas formas de fruto, entre
o círculo e o eclipse, a curva e a maçã.
Não enumera o poema todas as espécies
por instinto de preservação estética. O certo
é que o poeta vê que se ilumina um rosto
e o peito nu, brinco, anel, hermafrodita
imagem que se excita só. Muda na peça a postura,
e outro corpo noutras formas e funções
ardentemente se revela ardente em si.
Como aqui se vê.
e disfruta.
Livro de Receitas
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Tuesday, May 13, 2008
eu gosto intensamente do amarelo,
talvez porque só ele, exacto, corresponde
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Deixa-a, nua, pairando à flor das coisas
Ophelia, 1910
Ai deixa, deixa lá que a Poesia
no perfume das flores, no quebrar
das ondas pela praia,
na alegria
das crianças que riem sem porquê
– deixa-a lá que se exprima, a Poesia.
e não mexas os lábios nem os braços:
deixa-a viver em si;
não tentes segurá-la nos teus braços,
não pretendas vesti-la com palavras...
se a queres sempre ver pairando à flor das coisas, fica aí
no teu cantinho, e nem respires, Poeta, e não te bulas,
pra que ela não dê por ti.
com a tua presença...
Deixa-a, nua, pairando à flor das coisas,
que ela não sabe que a viste,
nem sabe que está nua,
nem sequer sabe que existe ...
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À flor da vaga, o seu cabelo verde
Ophelia, 1852
a «Ofélia» de Millais,
adormecida-morta no lago verde-azul?
Vestida de noivar,
tem os cabelos soltos
e rosas sobre o peito...
As mãos poisam de leve,
como plantas de água...
Sereno,
o rosto oblongo
das filhas de Albion...
E toda beijada da folhagem...
- Quem esqueceu no quarto do bordel
a «Ofélia» de Millais?
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Wednesday, May 7, 2008
Monday, May 5, 2008
Julius Pincas
Nesse tempo
eu faltava às aulas.
A música do jazz
vibrava no café.
À noite,
o velho «High-Life»
era o tempo magnífico
onde Chaplin,
como o Deus da Sistina,
erguia o braço
condenando e perdoando...
(Desengonçado
o piano
acompanhava
com notas de Beethoven
«O Peregrino», «A quimera»...)
E numa tarde
em Paris
ajoelhei, em plena rua,
diante dum quadro de Pascin...
Nesse tempo
eu faltava às aulas.
Gérmen, 1960
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