O poeta entra na frutaria pelo verso dentro,
dispõe diversas formas de fruto, entre
o círculo e o eclipse, a curva e a maçã.
Não enumera o poema todas as espécies
por instinto de preservação estética. O certo
é que o poeta vê que se ilumina um rosto
e o peito nu, brinco, anel, hermafrodita
imagem que se excita só. Muda na peça a postura,
e outro corpo noutras formas e funções
ardentemente se revela ardente em si.
Como aqui se vê.
e disfruta.
Livro de Receitas
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