Thursday, December 11, 2008

Manoel de Oliveira, Sem Anos


Douro, Faina Fluvial (1931; 1934)

«O que dele vi, porém, seria suficientíssimo para um largo estudo, — tanto o Douro é uma audácia e uma surpresa no escasso cinema português. Secundado pela admirável fotografia de António Mendes, Manuel de Oliveira conseguiu qualquer coisa de absolutamente novo em Portugal: O seu documentário é, sim, um documentário: Da ponte à foz, toda a vida do Douro aí se documenta. Mas além disso, é uma poderosa visão de poeta. […] Isso que pretenderam alguns pintores futuristas — colocar o espectador no próprio centro do quadro — consegue-o Manuel de Oliveira com o seu filme. Indefeso e surpreso, o espectador é arrastado pelo ritmo vertiginoso daqueles quadros e semiquadros que continuamente se completam e desenvolvem...».

José Régio, presença, 33, Julho-Outubro de 1931

«Assim o Douro é que é, até hoje, o nosso melhor filme, e um óptimo documentário em qualquer lugar ou tempo. E porquê? Por uma simples e poderosa razão: Porque o seu realizador é um artista que se exprime através do cinema. […] Com um mínimo de condições favoráveis, Manuel de Oliveira realizou o que outros não realizam com um máximo. A moderna poesia do ferro e do aço […]. Manuel de Oliveira é artista e poeta, no alto sentido em que, afinal, estas duas palavras são sinónimas. […]
E eis, entre nós, a grande novidade do Douro: Ser uma obra de arte».

José Régio, presença, 43, Dezembro de 1934

2 comments:

Anonymous said...

Olá Joana :)

obrigado pela visita ao blog do cabecilha... e até sábado!

Anonymous said...

Long live the King!