assim o inesqueceu Jorge de Sena.
ALBERTO DE LACERDA
1928-2007
SOLIDÃO
Meu touro negro na praça vazia
TOURO E TOUREIRO
Diónisos negro em agonia
Em frente à graça rútila de Apolo
TOURO DE MORTE
Vorazmente
Passar do negro ao vermelho
TOURO II
Rocha ágil
Completamente negra
A única praia possível
É uma poça de sangue
Tauromagia
1962-1963
A MEIO DO CAMINHO
Fico entre o céu e a terra.
Choro só para dentro.
Sou como a árvore nua
qua ao alto os ramos indica:
ergue as asas, mas não voa,
tem raízes, mas não desce.
Fico entre o céu e a terra.
Choro só para dentro.
Sou como a árvore nua
qua ao alto os ramos indica:
ergue as asas, mas não voa,
tem raízes, mas não desce.
Cadernos de Poesia
Julho de 1951
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