Com a víbora no músculo viscoso da língua
soltava o pensamento na vermelhidão -
- os dentes mordendo-lhe a boca
como se mordessem a carne macia do coração
pendurado no talho de outra vida.
Desenhava a sua geometria passional
com mãos de dorso largo, tronco
de um vulto em chamas -
cada bolha de fogo envenenada de silêncio,
o alicate para lhe arrancar uma palavra de água:
eu não tive o bastante,
mas tive o suficiente
para me esvair nas tuas unhas em fogo
Tuesday, November 27, 2007
Um copo de sangue, brinde a Raduan Nassar
Seen by Joana Blu at 5:08 PM
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