Wednesday, June 3, 2009

eu gosto muito do valter hugo mãe da maria da graça e até da quitéria

o que haveria de surpreender deus era fácil de escolher, um cif líquido marine que ganhasse braços e pernas e fosse muito bem educado para as coisas da limpeza. ai a educação dos objectos, ria-se a maria da graça, já pensaste bem, se aprendessem o que lhes disséssemos e se comportassem direito sem refilar. a quitéria respondeu, tu estás louca, mulher, dá-te por feliz de teres este palácio para passar com cif e cillit bang, porque isto de trabalhar para gente rica com produtos de gabarito é mais fácil duas vezes. achas que isto é do estado. sei lá. deve ser. ajax fabuloso lava-tudo opção montanha. cala-te, não me faças rir.
por vezes, aparecia um serviço maior, uma limpeza profunda numa casa qualquer que se ia vender, que se ia finalmente habitar ou simplesmente que se poria pronta para a páscoa ou outra festa qualquer. aquele casarão era antigo, escadas de pedra, tijoleiras desenhadas havia cem anos, os vidros cheios de madeirinhas a entrecortar, quase como vitrais de igreja, mas sem cores. as duas apreciavam sobretudo a ajuda dos bons produtos de limpeza para aquela aventura de dois dias. se deus viesse à terra dos trabalhadores poderia encarnar numa embalagem destas. eu entenderia que deus fosse uma neoblanc azul denso-activa com pernas e braços e uns olhos a saírem daqui de dentro, porque é muito bonita, não respinga e cumpre a sua função como nenhuma outra. talvez devesse usar esta com o augusto. a maria da graça riu-se e respondeu, e achas que tenho dinheiro para o matar com uma lixívia gourmet. que é isso, perguntou a outra. é o caviar das lixívias. que palavras sabes tu, maria da graça.

valter hugo mãe
o apocalipse dos trabalhadores

2 comments:

tiago sousa garcia said...

tenho a impressão que já ouvi isto hoje...

Joana Blu said...

é só impressão ;)