Tuesday, June 12, 2007

Os Olhos de Odilon









Eyes wide shut by Odilon Redon (1840-1916)


Inelutável modalidade do visível: pelo menos, se não mais, pensado através dos meus olhos. Estou aqui para ler as assinaturas de todas as coisas, ovas e sargaços, a maré que se aproxima, essa bota corroída.
Verderanho, azul de prata, ferrugem: sinais coloridos.
Limites do diáfano. Mas acrescenta: nos corpos.
Então é porque tinha consciência deles, coloridos. Como? Batendo com a cachimónia contra eles, é claro. Deva­gar. Calvo era ele e milionário, maestro di color che sanno.
Limite do diáfano em. Por quê em? Diáfano, adiáfano.
Se podes meter os cinco dedos através, é um portão, senão é uma porta.
Fecha os olhos e vê.

James Joyce, Ulisses (1922), Capítulo 3

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