Ele teria desdobrado a água
nesse espelho transparente que a si se reflecte
na ausência de ver-se no rosto dos outros.
Diria da água como se diz de uma melodia
que é cristalina. Uma arte de escrever uma música
como quem compõe um poema. E os dedos de Chopin,
nocturnos, dilacerados em luz. Mas e a água?
De uma languidez disfarçada em força,
febril no momento da criação, romântica no génio.
Senhora dessa arte de perder-se em vagas de som
silenciadas pela aragem nas teclas. E, claro, Chopin,
quando só a água gritar o pleno desespero
de ser-se rio e nada mais na melodia.
Thursday, June 14, 2007
SENA: UMA METAMORFOSE
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