Wednesday, December 22, 2010
Saudade, Murilo, Saudade
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Wednesday, December 15, 2010
Degullar
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Monday, December 13, 2010
Friday, December 10, 2010
Mozart
Requiem de Mozart
Ouço-te, ó música, subir aguda
à convergente solidão gelada.
Ouço-te, ó música, chegar desnuda
ao vácuo centro, aonde, sustentada
e da esférica treva rodeada,
tu resplandeces e cintilas muda
como o silente gesto, a mão espalmada
por sobre a solidão que amante exsuda
e lacrimosa escorre pelo espaço
além de que só luz grita o pavor.
Ouço-te lá pousada, equidistante
desse clarão cuja doçura é de aço
como do frágil mas potente amor
que em teu ouvir-te queda esvoaçante.
Ó música da morte, ó vozes tantas
e tão agudas, que o estertor se cala.
Ó música da carne amargurada
de tanto ter perdido que ora esquece.
Ó música da morte, ah quantas, quantas
mortes gritaram no que em ti não fala.
Ó música da mente espedaçada
de tanto ter sonhado o que entretece,
sem cor e sem sentido, no fervor
de sublimar-se nesse além que és tu.
Ó vida feita uma detida morte.
Ó morte feita um inocente amor.
Amor que as asas sobre o corpo nu
fecha tranquilas no possuir da sorte.
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Thursday, December 9, 2010
Monday, November 22, 2010
POEMAS COM CINEMA
Ó Cinema, ó maravilha
em que eu me possuiria,
mas que apenas possuo
da sombra,
na minha solidão da multidão quieta,
entre as carícias do silêncio ao pensamento,
sem esforço levado
a sofrer, a sentir
o que de eterno há num momento!
Edmundo de Bettencourt
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Sunday, October 24, 2010
Nova epístola para os poetas oitocentistas
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Lições de Anatomia Estética: Encore II
Estes pinheiros dialogam
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Saturday, October 23, 2010
hedda, c'est moi
Teatro Nacional São João | Salão Nobre
[23 Outubro 2010]
sábado 17:00
“Estás a olhar para onde?”:
paisagens ibsenianas nos palcos contemporâneos
conversa com Jorge Silva Melo, Maria João Luís, Nuno Cardoso,
Patrick Sourd
moderação Alexandra Moreira da Silva
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Friday, October 22, 2010
Lições de Anatomia Estética: Encore
Por olhos que mastigam. Pelos dedos
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Depois, a Poesia tornou-se tão presente
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Fiama em chamas
Serei eu a vítima
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Tuesday, October 5, 2010
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Monday, October 4, 2010
o cisne
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Thursday, September 16, 2010
hoje...
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Friday, September 10, 2010
chacun son cinema...
Anna - short film by Alejandro González Iñárritu
Enviado por vahea. - Veja filmes em destaque e emissoras de televisão inteiras
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Wednesday, September 8, 2010
microscópio
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Wednesday, September 1, 2010
september, 1
I sit in one of the dives
On Fifty-second Street
Uncertain and afraid
As the clever hopes expire
Of a low dishonest decade:
Waves of anger and fear
Circulate over the bright
And darkened lands of the earth,
Obsessing our private lives;
The unmentionable odour of death
Offends the September night.
Accurate scholarship can
Unearth the whole offence
From Luther until now
That has driven a culture mad,
Find what occurred at Linz,
What huge imago made
A psychopathic god:
I and the public know
What all schoolchildren learn,
Those to whom evil is done
Do evil in return.
Exiled Thucydides knew
All that a speech can say
About Democracy,
And what dictators do,
The elderly rubbish they talk
To an apathetic grave;
Analysed all in his book,
The enlightenment driven away,
The habit-forming pain,
Mismanagement and grief:
We must suffer them all again.
Into this neutral air
Where blind skyscrapers use
Their full height to proclaim
The strength of Collective Man,
Each language pours its vain
Competitive excuse:
But who can live for long
In an euphoric dream;
Out of the mirror they stare,
Imperialism's face
And the international wrong.
Faces along the bar
Cling to their average day:
The lights must never go out,
The music must always play,
All the conventions conspire
To make this fort assume
The furniture of home;
Lest we should see where we are,
Lost in a haunted wood,
Children afraid of the night
Who have never been happy or good.
The windiest militant trash
Important Persons shout
Is not so crude as our wish:
What mad Nijinsky wrote
About Diaghilev
Is true of the normal heart;
For the error bred in the bone
Of each woman and each man
Craves what it cannot have,
Not universal love
But to be loved alone.
From the conservative dark
Into the ethical life
The dense commuters come,
Repeating their morning vow;
'I will be true to the wife,
I'll concentrate more on my work,'
And helpless governors wake
To resume their compulsory game:
Who can release them now,
Who can reach the dead,
Who can speak for the dumb?
All I have is a voice
To undo the folded lie,
The romantic lie in the brain
Of the sensual man-in-the-street
And the lie of Authority
Whose buildings grope the sky:
There is no such thing as the State
And no one exists alone;
Hunger allows no choice
To the citizen or the police;
We must love one another or die.
Defenseless under the night
Our world in stupor lies;
Yet, dotted everywhere,
Ironic points of light
Flash out wherever the Just
Exchange their messages:
May I, composed like them
Of Eros and of dust,
Beleaguered by the same
Negation and despair,
Show an affirming flame.
W. H. Auden
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Sunday, August 29, 2010
é preciso beber água gelada
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Monday, August 23, 2010
Há quem receite a palavra ao ponto de osso, de oco;
ao ponto de ninguém e de nuvem.
sou mais a palavra com febre decaída, fodida, na
sarjeta.
Sou mais a palavra ao ponto de entulho.
Amo arrastar algumas no caco de vidro, envergá-las
pro chão corrompê-las,
até que padeçam de mim e me sujem de branco.
Sonho exercer com elas o ofício de criado:
usá-las como quem usa brincos.
Manoel de Barros
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Sunday, August 15, 2010
meu querido mês de agosto
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Wednesday, July 21, 2010
dentro da fuga
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Tuesday, July 6, 2010
o poema é inútil como uma criança
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Wednesday, June 16, 2010
contra a manhã burra
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Sunday, June 13, 2010
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On ne se réveille jamais: les désirs entretiennent les rêves. La mort est un rêve, entre autres rêves qui perpétuent la vie, celui de séjourner dans le mythique. C'est du côté du réveil que se situe la mort. La vie est quelque chose de tout à fait impossible qui peut rêver de réveil absolu.
Jacques Lacan
«Improvisation: désir de mort, rêve et réveil»
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Friday, June 11, 2010
nuit et brouillard
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c'est quand on rêve sans le savoir
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Thursday, June 10, 2010
no dia dele
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Wednesday, June 9, 2010
Esercizio di Lingua
Sábado 19 de Junho | Fundação SERRALVES
18h00 ESERCIZIO DI LINGUA | DAVID BARROS | Portugal 2009 | 19' | Leg. PT
com a presença do realizador e da produtora Joana Rodrigues
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Monday, June 7, 2010
...num dia de pólen e verão...
Fazer o quê de todo este mel,
Do crescendo das tardes em ouro, pólen e Verão,
Se a vida é, afinal, sempre e só
Dos outros, afinal, sempre e só
Transformada em vala comum,
Onde tentar o bem nosso
Pelo bem dos outros
Já não é sequer o mal menor,
Cansados de mais, brutos de mais,
Nós mesmos de mais,
Sempre morais numa impossível
E exaltada falta de paciência,
Numa pressurosa falta de ternura,
Nós sempre tão corredios,
Sardónicos até nos estertores,
Impérvios a essa música que nos tece
Perdidos em pleno espaço?
Há ainda um risco para nos salvar
De toda esta segurança,
Do geométrico, bancário, ergonómico
Acomodar-se da alma,
Do espírito flácido e famélico,
Algo que nos possa restituir
O gosto dos dias,
Esse que teremos na boca
Em hora extrema, ainda o gosto dos dias?
Nuno Morais
Últimos Poemas
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Sunday, June 6, 2010
Sunday, May 23, 2010
e assim se faz o silêncio
(omarpareceazeite.blogspot.com)
PAULO EDUARDO CARVALHO (1965-2010)
A perda de Paulo Eduardo Carvalho para a cultura portuguesa e para a cultura do mundo é irreparável. E digo mundo, porque ele era conhecido além-fronteiras pelo saber que detinha sobre as artes do espectáculo, um saber que sempre partilhou com os outros. Alguns de vós hão-de ter visto peças traduzidas por ele, ou encenadas por ele, de Samuel Beckett, de Harold Pinter, de Brian Friel, de Caryl Churchill, de Frank McGuinness, de Martin Crimp… Paulo Eduardo era um professor imensamente dedicado, um tradutor originalíssimo, um investigador de mérito incomparável. Não chegam os adjectivos para descrever este homem do teatro que, tal como o teatro, era composto de mil valências e mil faces boas.
Como Goya, descrito por Jorge de Sena, o Paulo tinha “um coração cheio de fúria e de amor”. Por isso às suas qualidades científicas se somava todo um mundo de partilha de afectos. O seu desaparecimento é de uma violência inaudita. Era a pessoa mais extraordinária que eu conheci e eu tive o privilégio de o ter como o meu amigo mais querido. Preciso de o lembrar aqui.
Ana Luísa Amaral
_______________
PARA O PAULO
Era um dia de Verão, como o de hoje, e nós ali, sentados na minha varanda, falando de um dicionário que a Ana Gabriela e eu então preparávamos. Em cima da mesa, um cinzeiro muito raso. “Precisas de cinzeiros”, reparou o Paulo. E ia sugerindo entradas. Que tínhamos que incluir aquele termo, e que não nos devíamos esquecer daquele outro, ia dizendo. O calor desse dia era bom e, a certa altura, o Paulo acrescentou: “E ‘silêncio’, Ana? Num dicionário feminista, convinha que vocês tivessem uma entrada para ‘silêncio’”. “Tu achas?” – e fiquei a pensar. Depois, perguntei-lhe: “Olha, não queres fazer ‘o silêncio’ comigo?”. Olhámos um para o outro, e o Paulo, a rir, disse-me: “Ó Aninhas, isso dava poema”. Nunca houve no dicionário entrada para ‘silêncio’, mas houve, alguns dias depois, dois cinzeiros, um branco e outro castanho, grandes e protectores, que ele me deu e que nos serviram bem durante muito tempo. Houve ainda, como ele previu, poema, que eu lhe dediquei num livro, mas que, nas muitas leituras de poesia que fizemos juntos, nunca lemos em voz alta. A entrada para silêncio é esta nossa aqui, a da vida.
ALITERANDO SILÊNCIOS: COMPOSIÇÕES
Para o Paulo Eduardo
Não queres fazer o silêncio
comigo?
Sobressalta-se um pouco uma varanda
e acrescenta-se: vento
Por sobressalto: um vaso mal de frente
a estas flores,
ou um cinzeiro de pequeno porte,
ausente de cavalo,
e algum
desequilíbrio nessa mesa
Fazemos o silêncio,
se quiseres,
e assim mantemos tão aliteradas
as primeiras palavras
Está bem assim o vento,
não lhe mexas,
fica-lhe bem a asa sibilante
e ajuda à cinza que se alastra agora,
que transborda de lado na varanda
e desfaz a aridez dessa
roseira
Traz-me um pouco de paz
e ajuda-me a compor
esta paisagem
Vem fazer um silêncio,
porque o resto:
azul de som
– como em sereno
palco
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Friday, May 21, 2010
Paulo Eduardo Carvalho
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como se morre?
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Thursday, May 20, 2010
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Wednesday, May 19, 2010
o sangue para dentro das palavras
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Tuesday, May 18, 2010
a arte erótica dos sábados
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Monday, May 17, 2010
Wednesday, May 12, 2010
Friday, May 7, 2010
penumbra de la paloma
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Tuesday, May 4, 2010
Sunday, May 2, 2010
hoje...
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Saturday, May 1, 2010
Friday, April 30, 2010
regresso a Juarroz II
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regresso a Juarroz
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Wednesday, April 21, 2010
music & lyrics
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Monday, April 19, 2010
...e se de repente uma vontade incontrolável de ler Herberto Helder...
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