São dias felizes para a Universidade do Porto, estes dias de Carnaval. Terça-feira gorda para a UP e os seus investigadores, que tiveram supreendentes honras de primeira página de jornal. Num triste contexto em que a investigação se encontra cada vez mais limitada nos seus meios e modos devido a insolúveis problemas de financiamento, um voto de louvor para todos aqueles que conseguem competir a nível internacional, afirmando-se como investigadores indispensáveis no âmbito alargado da ciência actual.Do artigo:São investigadores da Universidade do Porto (UP), que têm honrado o nome da instituição com a publicação de centenas de artigos em revistas internacionais. Depois de se saber que um quinto da produção científica do país saiu, no ano passado, dos laboratórios e salas de aulas da UP, o JN foi conhecer alguns desses "exportadores de sabedoria". As faculdades de Medicina, Ciências e Engenharia estão entre as mais produtivas, contribuindo para um aumento de 15% da produção científica da UP, de 2005 para 2006. Os dados, fornecidos pelo consórcio norte-americano Institute for Scientific Information (ISI), revelam que, no ano passado, foram publicados em revistas internacionais 1553 artigos de docentes, investigadores ou estudantes ligados à Universidade do Porto.
Destaquem-se os nomes de Manuel Gutierres, Diogo Aires de Campos e Filipa Carvalho (Faculdade de Medicina); Maria João Ramos (Faculdade de Ciências); Alírio Rodrigues e Artur Pimenta Alves (Faculdade de Engenharia). E destaquem-se ainda todos os não nomeados cujo trabalho de investigação - levado a cabo em condições muito pouco confortáveis - tem projectado a UP no panorama internacional e contribuído para o avanço deste nosso pequeno grande mundo.
E, já que estamos em temporada ufanista, a não perder:
Depósito - Anotações sobre Densidade e Conhecimento
Museus da Universidade do Porto revelados à cidade
Exposição comissariada por Paulo Cunha e Silva. A Universidade do Porto traz os seus museus até ao coração da cidade. Paulo Cunha e Silva foi convidado a revolver os depósitos dos vários núcleos museológicos da academia para, numa inédita exposição, revelar os tesouros escondidos nos espólios da universidade. Construindo uma narrativa em torno da História da Natureza e da História do Conhecimento, a exposição desvenda mais de 570 peças dos diferentes núcleos museológicos da U.Porto - das Ciências Naturais à Engenharia, passando pela Medicina, as Belas Artes ou o Desporto. Minerais, fósseis vegetais e animais, colecções de insectos e invertebrados, primatas e crocodilos embalsamados, peças anatómicas humanas, instrumentos de pedra lascada, armas de bronze, múmias egípcias, instrumentos cirúrgicos históricos, frascos farmacêuticos, máquinas a vapor, modelos cinemáticos, instrumentos de electrotecnia, maquetas de pontes e edifícios, esculturas, pinturas, vídeo e as últimas teses de doutoramento defendidas na universidade são apenas algumas das peças. Uma monumental estante de 7 metros de altura por 12,5 de largura colocada no átrio do edifício histórico da Reitoria da Universidade do Porto virado para o Jardim da Cordoaria acolhe todas estas peças, construindo a evolução das duas histórias evocadas pela mostra: dos minerais e rochas ao encéfalo humano (Natureza), dos instrumentos de pedra lascada à obra de arte (Conhecimento). Na entrada principal do edifício, no átrio oposto, aquele que se encontra virado para a Praça Gomes Teixeira (Praça dos Leões), uma "selva do conhecimento" composta por alguns das mais volumosas peças de cada núcleo museológico da universidade - um esqueleto de gorila, um esqueleto humano, um crocodilo embalsamado, maquetes de arquitectura e de engenharia de pontes ou uma tela de Ângelo de Sousa - dão as boas vindas a todos os visitantes da Reitoria da U.Porto durante o tempo da exposição. Mas como o futuro, e não o passado, é a matéria-prima por excelência de uma universidade, 14 artistas contemporâneos, convidados a trabalhar o tema do depósito, da colecção e do conhecimento científico, interpretam as peças do espólio da U.Porto, recriando-as e expandindo-as para a contemporaneidade. Entre as artes visuais e a performance, as peças que André Cepeda, Eduardo Matos, João Leonardo, Mafalda Santos, Manuel Santos Maia, Marta de Menezes, Miguel Flor, Miguel Palma + António Caramelo, Nuno Ramalho, Pedro Tudela, Renato Ferrão, Rita Castro Neves e Tiago Guedes criaram especificamente para esta mostra ficarão expostas junto da monumental estante que vai acolher as peças dos depósitos da universidade, criando assim um diálogo permanente entre passado e presente. Desta forma se ultrapassa o paradoxo que é, à partida, a relação de um museu com uma universidade - lugar de inovação, com vocação para produzir futuro, e não espaço de repetição. Um paradoxo que servirá de base à reflexão sobre o presente dos depósitos e o futuro desse museu de museus que é o projecto de unificação das colecções da Universidade do Porto.
A exposição "Depósito - Anotações sobre Densidade e Conhecimento" estará patente no edifício da Reitoria da Universidade do Porto até 30 de Junho.
HORÁRIO DA EXPOSIÇÃO: Das 10h00 às 20h00.
Visitas orientadas à exposição pelo Comissário:
7 e 21 Fevereiro de 2007 - 18h00
7 e 21 Março de 2007 - 18h00
4 e 18 de Abril de 2007 - 18h00
2 e 16 de Maio de 2007 - 18h00
6 e 20 de Junho de 2007 - 18h00
Inscrições: ANA MARTINS 22 0408193 anamartins@reit.up.pt