De Jean Cocteau muito se poderia dizer. Muitíssimo. Como de Sofia. E da sua escolha. Mas o que realmente os une não é - ao contrário do que se poderia esperar - o cinema, mas a escolha.
Le Feu de Cocteau
«Se a sua casa sofresse um incêndio e só pudesse salvar um objecto, o que escolheria?»
«Creio que salvaria o fogo.»
O Desastre de Sofia
«Se o acidente do Titanic se repetisse e tivesse a oportunidade de salvar alguma coisa, o que escolheria?»
«Naturalmente, o iceberg.»
ADENDA
Iceberg, de Paulo Leminski (Curitiba, PA, 1944-1989)
Uma poesia ártica,
claro, é isso que eu desejo.
Uma prática pálida,
três versos de gelo.
Uma frase-superfície
onde vida-frase alguma
não seja mais possível.
Frase, não. Nenhuma.
Uma lira nula,
reduzida ao puro mínimo,
um piscar do espírito,
a única coisa única.
Mas falo. E, ao falar, provoco
nuvens de equívocos
(ou enxame de monólogos?).
Sim, inverno, estamos vivos.
2 comments:
COMMENTS??!! NO COMMENTS!
Simplesmente genial, como já era de esperar! Nunca pensei que um Blog marcasse presença na minha vida.........
Kisses
Thanks!
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