Thursday, May 31, 2007

Lição de Pintura

I give you back your heart.

As for me, I am a watercolor.
I wash off.

Anne Sexton


Watercolour by Helena Abreu

Tuesday, May 29, 2007

Paciência

Sunday, May 27, 2007

Vertigo


Quando o olhar mergulha no abismo, há uma vertigem, que tanto nos vem do olhar como do abismo, já que nos seria possível deixar de o encarar.

Søren Kierkegaard

Friday, May 25, 2007

Thursday, May 24, 2007

Ben Westbeech

First tribute to tru thoughts

Tuesday, May 22, 2007

As Rosas não Falam

Tribute to Cartola with Happy Birthday 2U ZZ :)

Monday, May 21, 2007

Em Nome da Terra


Eu te baptizo em nome da Terra, dos astros e da perfeição.
Deus criou o mundo com palavras, vou-te criar até à morte.

Vergílio Ferreira

Sunday, May 20, 2007

Água Viva II


Estou cansada. Meu cansaço vem muito porque sou pessoa extremamente ocupada: tomo conta do mundo.

Falam as Rosas

As pessoas não morrem,
ficam encantadas.


João Guimarães Rosa,
n. em Cordisburgo, Cidade do Coração

Água Viva

Quero morrer com vida.

Queria tanto morrer de saúde.
Como quem explode.
Éclater é melhor: j’éclate.

Clarice, again

Friday, May 18, 2007

Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres

chegara à conclusão
de que ela não tinha um dia-a-dia
mas sim uma vida-a-vida.
Clarice Lispector




Wednesday, May 16, 2007

Here Comes the Sun

A noite avança, a madrugada vem aí.
Sabes tu se a tua força ou a tua raiva é maior do que o sol?
O sol é forte.
Não procures a noite por não suportares o dia.
Leva para o sol a tua aparição e serás um homem.

Vergílio Ferreira, still



Sunrise in Paquetá, onde tudo é belo

Tuesday, May 15, 2007

Origem da expressão «tenho a cabeça a estourar»

Georges Méliès, L'Homme a la Tête en Caoutchouc (1901)

Toda a história desta incrível cabeça também na Cinemateca.

Great Shot




O conceito de cronofotografia já por si é fascinante, pois faz deflagrar o movimento no núcleo de uma arte fundada no princípio elementar da imobilização. Mas dentro do âmbito da cronofotografia - base da imagem-movimento que constitui o cinema -, não há invento que supere a espingarda fotográfica de Étienne-Jules Marey. O que não surpreende se pensarmos que antes de se dedicar ao estudo do movimento das imagens, Marey começou por observar o movimento do sangue nos corpos. Menos surpreendente ainda quando sabemos que a espingarda fotográfica foi concebida por Marey na tranquila cidade de Nápoles :). Parece não haver lugar no mundo mais indicado para esta invenção. Marey sim, o mais genuíno caçador de imagens...


Cf., muito a propósito, Michelangelo Antonioni e o seu Blow Up ou, para o entendimento literal do mecanismo, Peeping Tom, de Michael Powell.

NÃO PERDER: exposição da espingarda fotográfica e afins, com direito a lanterna mágica e tudo, na Cinemateca Nacional, no âmbito da inauguração da Cinemateca Júnior. Programa especialmente vocacionado para quem vive do outro lado da Avenida da Liberdade...

«tal como o aparelho fotográfico é a representação sublimada de uma arma de fogo, o acto de fotografar alguém equivale à sublimação de um homicídio, razão pela qual todas as foto­gra­fias são memento mori»

Susan Sontag dixit

Monday, May 14, 2007

Aparição



dominar uma inocência é talvez uma fraqueza
que quer imitar a força

Vergílio Ferreira

Sunday, May 13, 2007

Gabriel's Oboe II

Gabriel's Oboe I

Friday, May 11, 2007

Everybody's gonna love today

It's Friday. Time for a new episode of Mika's Addiction.

Friday, May 4, 2007

G astronomia

Tinha um grão de sol
gravado no céu
da boca.

As Revoluções da Matéria

qualidade perigosa a de alguns
sólidos quando perdidos se viram
para nós

Luiza Neto Jorge
«A Esferidade: A Ferocidade»


1. Walking snail 2. The impossible meeting 3. Butterflies trying to escape their shadow

4. Halfway through 5. Hunting 6. Looking Back 7. Man made of woman

Peter Callesen, por sugestão de uma pessoa amiga que sabe que o papel também palpita. Com uma advertência: as legendas são sentido obrigatório. Todo o papel em www.petercallesen.com

Wednesday, May 2, 2007

A Bitter Song to Make Me Better

Embora goste um bocadinho da série e do conceito de Doctor McDreamy, este é mesmo pela música: «A Bitter Song», por Butterfly Boucher.

...and people, people fade away...
BITTERFLY

Tuesday, May 1, 2007

A Mulher em Pessoa

Jorge Martins, Daisy

A origem dos meus heterónimos é o fundo traço de histeria que existe em mim. Não sei se sou simplesmente histérico, se sou, mais propriamente, um histero-neurasténico. Tendo para esta segunda hipótese, porque há em mim fenómenos de abulia que a histeria, propriamente dita, não enquadra no registro dos seus sintomas. Seja como for, a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação. Estes fenómenos — felizmente para mim e para os outros — mentalizaram-se em mim: quero dizer, não se manifestam na minha vida prática, exterior e de contacto com outros; fazem explosão para dentro e vivo-os eu a sós comigo. Se eu fosse mulher — na mulher os fenómenos histéricos rompem em ataques e coisas parecidas —, cada poema do Álvaro de Campos (o mais histericamente histérico de mim) seria um alarme para a vizinhança. Mas sou homem — e nos homens a histeria assume principalmente aspectos mentais; assim tudo acaba em silêncio e poesia...

Carta a Adolfo Casais Monteiro

Lisboa, 13 de Janeiro de 1935


Almada Negreiros, Fernando Pessoa